sábado, 11 de março de 2017

P891: COMENTANDO O ÚLTIMO ENCONTRO

CÁ ESTAMOS…

    Bons amigos e estimados camarigos

Manuel Frazão Vieira
Decidi, de caso pensado, intervalar no tempo e no espaço esta minha espontânea comunicação, publicitando-a entre o "terminus" do 59.º e último encontro da Tabanca do Centro, que teve lugar no passado dia 22/02/2017, e as novas inscrições para o próximo almoço, que há-de vir.

Não vou referir-me ao último encontro, já, tão bem apresentado e descrito, numa forma combinada entre a palavra escrita e a fotografia parcial ou de conjunto, mostrando quem é quem, quem está com quem, no grupo de quem. É agradável reconhecer, individualmente, todos os camarigos como parte integrante de um todo constitutivo de amigos da Tabanca do Centro. Isto, por obra, arte e paciência do Miguel Pessoa, cujo trabalho é sempre apreciado e louvável, como uma vez mais se verificou na última publicação da Revista KARAS de Monte Real, na edição mensal de Fevereiro 2017.

Digo, no entanto, e não posso deixar de o referir, que o 59.º encontro foi muito concorrido, incluindo caras novas, e ao que me pareceu, com inscrições tardias, para além do dia aprazado e tão publicitado para o efeito. Penso dever ser, cuidadosamente, observada, por razões óbvias, a data-limite da inscrição, nomeadamente, por motivos de logística que é preciso controlar. Certamente, que um eventual descuido, no futuro, se irá repetir, não fossemos nós filhos do tempo e das circunstâncias do próprio tempo. É bom respeitar e cumprir com prazos pré-estabelecidos. Daí que, seja importante e saibamos controlar o tempo, o nosso tempo, o nosso espaço, porque são nossos e com eles e neles co-habitamos.


A minha memória visual, apesar de tudo, ainda se vai mantendo fiel às origens, tornando-se num razoável instrumento de auxilio e de suporte de imagem de pessoas, coisas, momentos e espaços, apesar de, ligeiramente, alquebrada e com momentos dúbios, mas, exercitada, cá vai desempenhando a sua genésica função.

Isto, a propósito, da presença de novos camarigos, no último almoço-convívio. Não eram muitas as caras novas e nem sei quantos eram. Sei que vieram alguns pela primeira vez e ao cumprimentá-los não constavam da minha base de dados visual e mental, nem o seu formato somático me era familiar. Além disso, as suas reacções comportamentais iniciais e sociais revelavam novidade, curiosidade e uma pronta disponibilidade e abertura educadas para um livre acesso e enquadramento presencial na grande família da Tabanca do Centro.

Desde logo, notava-se nos novos camarigos uma presença expectante e curiosa envoltas numa manifestação exterior, na forma como comunicavam e se relacionavam que dava para aferir a diferença de atitudes entre um ex-combatente da Guiné acabado de chegar pela 1.º vez, "piriquito", ao café Central, na Rua de Leiria, em Monte Real e o comportamento de um camarigo já "velhinho", experiente e habituado com maior ou menor regularidade ao almoço-convívio da Tabanca do Centro.


Estas reacções iniciais, acontecem em qualquer outra situação nova de apresentação, seja em que cenário for, e são reflexo da maneira como reagimos às coisas ou situações que nos surjam, pela primeira vez. É isto que nos define como pessoas.

A presença assídua e renovada de muitos ex-combatentes na Tabanca do Centro são o íman da sua continuidade. Vale a pena. É que o tempo passa e a memória das pessoas e coisas vai-se esvaindo no próprio tempo, no crepúsculo da vida de um passado histórico e pessoal que a idade consumiu. Fica-nos o sonho e a saudade daquilo que, ainda, nos resta, se, para tanto, a incerteza ou a benevolência da vida o permitir.

Abraços
Manuel Frazão Vieira


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