TRINTA ANOS DEPOIS DE CHERNOBYL
Trinta anos depois do desastre nuclear de Chernobyl os
resultados continuam a fazer-se sentir sobre toda a flora e fauna selvagem da Lapónia Sueca.
Continuam a ser efectuadas medições periódicas quanto
às quantidades de "Becquerel" * existentes na carne das renas
abatidas para consumo.
(* Becquerel - Unidade
do sistema internacional de radioactividade, com o símbolo "Bq", que
equivale à actividade resultante da desintegração de um núcleo radioactivo por
segundo)
Por ano, para fins de consumo local e exportação, são
abatidas cerca de 52 mil renas.
No primeiro ano depois de Chernobyl tiveram que ser
abatidas, devido ao excesso do teor radioactivo, cerca de 73 mil renas.
No último período de abate e passadas que são 3 décadas,
só 57 renas foram consideradas impróprias para consumo por razões radioactivas.
Esta diminuição é resultante de todo um programa
governamental orientado para a obtenção de níveis aceitáveis de radioactividade
na fauna selvagem local.
No respeitante às renas, e tendo em conta o facto de
as manadas viverem em plena liberdade com áreas de deslocação que cobrem
toda a Lapónia sueca, norueguesa, finlandesa e russa, tornou-se
necessário um estudo detalhado sobre as zonas de pastagens predominantes.
Nestes locais (no caso da Lapónia sueca) são
espalhadas rações preparadas para este fim, procurando-se diminuir
consideravelmente as quantidades consumidas pelos animais de um tipo de musgo,
conhecido localmente como "renlav", que é a alimentação base favorita
dos mesmos.
Depois de Chernobyl o período anual do abate das renas
foi adiantado para os princípios do Outono de modo a ser evitado que os animais
comam grandes quantidades do tal musgo... rico em Becquerel!
O Estado tem vindo a compensar as populações locais
que vivem da produção de carne de rena, tanto no respeitante aos animais
abatidos e impróprios para consumo, como também no respeitante às rações
especiais alternativas, de custo muito elevado, acompanhado pela necessidade de
deslocações regulares a locais muito distantes e de acesso difícil.
(Há que ter em conta que, nesta zona, 600 quilómetros
é considerado... perto!)
O custo para o Estado, desde o desastre de Chernobyl
até hoje, e unicamente no que diz respeito às renas locais, está calculado em
500 mil milhões de Coroas suecas.
PS/ Ao escrever-se - 73 mil renas abatidas no ano
seguinte a Chernobyl- é sem dúvida um número muito elevado ao nível da Lapónia
sueca.
Mas, e como termo comparativo das quantidades da fauna
selvagem sueca, são abatidos anualmente (!) em toda a Suécia cerca de 70 mil
alces.
Isto não sendo resultado dos tais
"Becquerel", mas para fins de consumo e de manutenção destes
animais em estado saudável e num número não excessivo.
Um abraço do
José Belo
1 comentário:
Alguns dos muitos comentários que por aqui corriam aquando do desastre de Chernobyl ( Humor lapäo).
1-A carne de rena é a mais prática quanto ao consumo.
É só esfolar o animal...já vem grelhado!
2-Ao convidar a companheira para um jantar especial näo necessita de
electricidade ou velas românticas...a fluorescência das febras é suficiente!
Um grande abraco do José Belo
Enviar um comentário