terça-feira, 18 de outubro de 2016

P829: HISTÓRIAS CURTAS DAS TERMAS DE MONTE REAL - 5

TRÊS DE RAJADA…

1.  Uma cena passada no hall do Hotel

Em frente da recepção, no hall do Hotel, havia uns cadeirões azuis, confortáveis, onde à noite se sentavam, sobretudo, os senhores a conversar.

Um fim de tarde, encontravam-se dois senhores (um deles muito conhecido, mas que obviamente não identifico), conversando animadamente de pé.

A certa altura um deles disse ao outro:
O melhor é sentarmo-nos nestes cadeirões.

Nesse momento começou uma “dança” entre eles, cada um “empurrando” o outro para o cadeirão à esquerda ou à direita, até que um parou e disse:
Ó homem sente-se deste lado, que eu sou surdo do ouvido direito!

Respondeu o outro:
Também eu, caramba!


2.  Consulta nas Termas

Há muitos anos atrás, durante uma consulta médica, uma pessoa queixava-se de vários problemas, para os quais o médico foi prescrevendo os tratamentos em conformidade.
Quase no fim da consulta, o médico perguntou se tinha mais algumas queixas.

Respondeu-lhe a pessoa dizendo que ainda tinha mais um problema, e que era uma “traqueíte”.

O médico disse então que lhe iria prescrever umas inalações, pois com certeza ajudariam a resolver o problema.

Foi então que a pessoa em questão, disse espantada:
Inalações, senhor Doutor?

Ao que o médico respondeu, que sem dúvida nenhuma, as inalações iriam ajudar ao problema de garganta de que se queixava.

Foi então que a pessoa disse, novamente com um ar ainda mais espantado:
Mas ó senhor Doutor, o meu problema é que dou muitos “traques”!!!


3.  Uma linguagem própria…

Entre os colaboradores do Hotel e das Termas havia toda uma linguagem, que quem não estivesse por dentro, não conseguiria entender.

Apenas um exemplo:
Quem, por exemplo, estivesse à hora das refeições dos hóspedes do Hotel, na cozinha, haveria de ficar muito espantado por ouvir os empregados de mesa chegarem à “roda da cozinha” e “gritarem” para o Chefe: «Sai boné!»

Pois bem, o “boné” era pura e simplesmente esparregado de nabiças, que era servido numas taças que à primeira vista se pareceriam com um “boné”!!!


Joaquim Mexia Alves





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