domingo, 24 de julho de 2016

P813: HISTÓRIAS CURTAS DAS TERMAS DE MONTE REAL - 2

AINDA O RODRIGUINHO…


Mais uma das aventuras do Rodriguinho nas Termas de Monte Real.

Um dia, julgo que ao fim da tarde, o Rodriguinho decidiu tomar um banho de imersão na casa de banho do seu quarto.

A sua mãe preparou a banheira com a água quente e o rapazinho foi para a casa de banho, tendo fechado a porta pelo lado de dentro.

Passado algum tempo sem dar sinal, a mãe preocupada foi bater à porta da casa de banho, mas não obteve resposta.

Ao fim de muito bater à porta, de gritar pelo Rodriguinho e de tudo fazer para ter uma resposta do filho, dirigiu-se à recepção do Hotel, obviamente preocupadíssima.

Um dos porteiros foi com a senhora ao quarto e depois de muito insistir e não obter resposta, decidiu arrombar a porta da casa de banho.

Aberta a porta, a mãe entrou de rompante na casa de banho e deu com o Rodriguinho deitado na banheira de olhos muito abertos e quieto, como se tivesse tido um qualquer ataque e tivesse morrido.

Aos gritos desesperados da mãe, o Rodriguinho levantou-se e deu uma sonora gargalhada!

Claro que a mãe aliviada e sempre condescendente, apenas o repreendeu com palavras mansas.

Foi preciso um grande esforço da parte do porteiro, para não encher o Rodriguinho de bofetadas, que era o que ele merecia!

Poder-se-iam contar histórias quase intermináveis do Rodriguinho, mas deixo aqui esta última, a partir da qual a família de tão “encantadora” criança deixou de frequentar o Hotel.

Naquele tempo a maior parte da roupa do Hotel, (lençóis, toalhas, etc.) era colocada a secar em grandes estendais, na mata das Termas por detrás do Hotel.

Ora um dia em que o estendal estava cheio de lençóis brancos a secar, o Rodriguinho passou por ali e, sujando as mãos na terra, foi-as limpando nos lençóis, acabando por sujar irremediavelmente a maioria dos lençóis, que tiveram de ser novamente lavados.

Quem não achou graça nenhuma à brincadeira foram as empregadas da lavandaria, que decidiram dar uma lição ao “menino”.

Quando este passava por um caminho junto à lavandaria do Hotel, as empregadas despejaram em cima dele um alguidar de água, de tal modo que o Rodriguinho ficou que nem um “pinto molhado”!

A chorar foi fazer queixinhas à mãe, que muito indignada veio por sua vez protestar, junto do meu pai, Olympio Duarte Alves, trazendo pela mão o Rodriguinho.

Enquanto a Senhora demonstrava a sua indignação, o Rodriguinho (sem ela ver) ia dando pontapés na perna do meu pai, que a certa altura não se conteve e dando-lhe um empurrão, fez com que o Rodriguinho fosse parar a um canteiro de canas da índia que estava ali mesmo ao lado.

A indignação da Senhora subiu de tom, e disse então que se ia embora daquele Hotel, ao que o meu pai respondeu, que desde que tinha sabido do último episódio do Rodriguinho com os lençóis já tinha mandado tirar a respectiva conta, pois hóspedes assim não interessavam ao Hotel.

E assim acabaram as “aventuras” do Rodriguinho no Hotel Monte Real, tendo voltado a paz aos hóspedes durante o mês de Agosto.

Joaquim Mexia Alves

1 comentário:

josé eduardo oliveira disse...

Excelente história Joaquim.Na actualidade - quando há tantos "Rodriguinhos" nas escolas - bem era preciso que lhes deitassem um balde de água pelas "pinhas", complementadas com umas boas bofetadas.Digo eu.Grande abraço.JERO