sexta-feira, 31 de julho de 2015

P683: FLIZ ANVERS FILNHA!

Texto recebido de Manuel Lema Santos, sem identificação do autor. Com a devida vénia ao nosso camarada e ao autor desconhecido.

UM ANIVERSÁRIO PERFEITO

A minha filha completou quinze anos e organizámos a festa de aniversário com um baile num salão de festas para que convidasse todos os seus amigos.
Nessa noite, à medida que iam chegando, sentavam-se no lugar designado e em seguida ligavam os telemóveis e começavam a jogar ou a conversar por meio de sms.
Era muito comovente vê-los concentrados no ecran dos seus sóbrios e negros aparelhos, como especificava o convite “estilo desportivo e elegante e telemóveis negros”.
Tão crescidos que estão todos! Pensar que os conheço desde que começaram a falar... Ainda me recordo da voz deles, alguns já não se lembram que falavam quando eram crianças e falavam a olhar-se olhos nos olhos. 
Faziam erros ao falar e eu não os corrigia, claro, pensava que iriam crescer e aprender a falar correctamente.
Quando chegou o momento do baile, cada um colocou os auriculares, escolheu a lista de músicas que mais gostava e entrou na pista de dança. Dava a sensação de que todos dançavam ao som da mesma música.
A entrada de minha filha foi apoteótica, exultante de emoção. 
Cada um dos amigos tentava ser o primeiro a fazer chegar o seu sms de felicitações, movendo os dedos a toda velocidade. 
Os mais precavidos já tinham a mensagem preparada e só precisavam de carregar em “ok”. 
O telefone de minha filha não parava de vibrar e como era impossível lê-los todos, guardou alguns para mais tarde.
Aproximei-me dela e disse-lhe sem me dar conta:
- Feliz aniversário filhinha. 
Ela olhou-me horrorizada e afastou-se de mim.

Preocupado, fui atrás dela e tentei perguntar-lhe se se passava alguma coisa, o que teria feito que a incomodara.
Puxou do telemóvel e mandou-me um sms:
-Qres me envrgoñr frnte ms amgs? Fzme o fvor, pra q exst os tlms?
Não tive outro remédio senão ligar o meu telemóvel e mandar-lhe as minhas felicitações por sms:
- Prdao Fliz anvers filnha Bj Papa.
Foi um aniversário perfeito!
Como o tempo passa e que "velho" estou. Pensar que quase lhe dei um beijo!


segunda-feira, 27 de julho de 2015

P682: JERO - CRÓNICAS DOS TRIBUNAIS / 9

MOMENTOS DIFÍCEIS… QUE NÃO MAIS SE ESQUECEM!

Referi em crónicas anteriores alguns acontecimentos com algo de jocoso e divertido, que se passam efectivamente no dia-a-dia dos Tribunais, mas que são excepção. A “regra geral” anda mais próxima do dramático e do trágico no que toca a processos crimes, que não raramente encerram violência que chegam até ao homicídio.

Com pouco mais de 18 anos fui colocado no Tribunal da Covilhã e, com pouco mais de um mês de funcionário da Instrução Preparatória, “calhou-me” a primeira autópsia da minha carreira. Na aldeia de Teixoso, com a fama e o proveito de crimes violentos por causa dos regos de água, que eram disputados por diversos agricultores, tinha-se registado uma morte por agressão violenta à sacholada.

O meu papel era estar junto dos peritos médicos que realizavam a autópsia e anotar a descrição dos ferimentos e causa da morte. Os ruídos dos instrumentos médicos que retalhavam o corpo da vítima ficaram-me nos ouvidos durante meses. Além dos dois médicos estava comigo um represente do Delegado do Procurador da República – ao tempo um estagiário com a categoria de Sub-Delegado, e a quem calhava também a primeira autópsia da sua vida. 

Quando a autópsia acabou estávamos os dois “brancos como a cal das paredes do cemitério” e lembro-me de termos tomado juntos, na taberna mais próxima, uma forte aguardente para recuperar do mau bocado porque tínhamos passado.

Uns meses passados “calhou-me” o 2ª. capítulo deste grave delito do Teixoso, com a reconstituição do crime no local da disputa dos trágicos regos de água, que tanto sangue já tinham feito correr. 

Como era o funcionário mais novo fui “praxado” com o papel de “morto”. Lá tive que me deitar no chão e, depois de várias inquirições a testemunhas por parte de magistrados e advogados, terminou a minha actuação, onde entrei mudo e saí calado. 

Um oficial de diligências presente na diligência gozou comigo e gritou-me: «Levanta-te lá “ó morto”, que o julgamento vai continuar no Tribunal». Não consegui evitar um sorriso e quando me levantei, respondi-lhe: «Morto é a tua prima”.

O que eu fui dizer! Estava por perto a mãe do verdadeiro morto que, com lágrimas na voz me repreendeu em alta voz: «Você ri-se mas o meu filho nunca mais se levantou desse lugar onde está.»

Foi momento embaraçoso e difícil com que acabei de forma pouco feliz a minha actuação na diligência.

Socorrendo-me da linguagem desportiva foi um autêntico “cartão amarelo”, que não mais esqueci.

                                                                  JERO

quinta-feira, 23 de julho de 2015

P681: PARA GRANDES MALES...

UM SISTEMA ANTI-ROUBO!

A recente narrativa do Miguel Pessoa sobre o “desvio” da sua bolsa por parte do JERO fez-me lembrar uma história dos meus tempos de Luanda, que também tem a ver com bolsas deste tipo.

Naquele tempo, 1974/1975, corriam dias agitados por Luanda, com muita gente armada para além dos três Movimentos que se degladiavam diariamente com disparos de várias armas. A prudência aconselhava a que também o comum cidadão, se pudesse, carregasse um “tira teimas” por causa das coisas.

Assim, era habitual ver homens com bolsas deste tipo, que afinal para além dos documentos, etc., também carregavam uma qualquer pistola para segurança pessoal. 

No meu caso era uma Walther PPK, que felizmente nunca tive de usar.

Também por isso mesmo, e não só, os roubos por esticão aconteciam com frequência na cidade.

Ora uma noite, um oficial superior da Força Aérea, Piloto Aviador, que fazia parte do meu círculo de amigos - e que não identifico porque ainda está entre nós, e poderia não gostar de relembrar a história, (embora a mesma não tenha nada de mal) - brindou-nos com a seguinte ideia:

Dizia ele que ia colocar na sua bolsa uma granada de mão, com um fio atado à argola e ao seu pulso, e assim, quando o ladrão lhe roubasse a bolsa iria ter uma enorme surpresa!!!

Melhor, dizia ele, é que logo a seguir ao roubo, seria hilariante ver a vitima a correr para o lado oposto ao do assaltante, gritando “agarra que é ladrão”!!!

O “sistema”, felizmente, nunca foi testado!!!


Joaquim Mexia Alves

Monte Real, 23 de Julho de 2015 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

P679: INFORMAÇÃO AO PESSOAL INTERESSADO


No decorrer do nosso último convívio fomos contactados por alguns camaradas que se mostraram interessados em adquirir a nossa T-Shirt. Começa a ser hábito alguns de nós usarem a referida T-Shirt nos nossos encontros, com isso incentivando outros a procederem a idêntica aquisição.


As condições de aquisição mantêm-se idênticas às que já vigoravam anteriormente. Pretendemos que os pedidos sejam dirigidos directamente para a Tabanca do Centro. Nós encarregamo-nos de passar os pedidos ao nosso camarigo Paulo Moreno, que procederá à sua feitura.

PARA ENCOMENDAR
CONTACTAR ATRAVÉS DE
tabanca.centro@gmail.com

Este é um projecto iniciado em Outubro de 2013, continuando a ser possível aos interessados adquirirem uma T-Shirt da Tabanca do Centro, de que foram já concretizadas várias entregas no decorrer do nossos convívios.

Certamente irão continuar a aparecer interessados em obter uma T-Shirt da Tabanca do Centro. 
Lembramos novamente o modelo que foi eleito. À frente,  uma referência directa à Tabanca do Centro, com inclusão do respectivo "emblema". Nas costas, as placas com indicação da Tabanca do Centro, Lisboa e Bissau, que ajudam a identificar a nossa Tabanca:



Estas são as cores propostas, com a indicação, para cada cor, dos tamanhos disponíveis:



Cada camisola tem o preço de 10,00 Euros, que corresponde ao custo unitário de produção da camisola, acrescido de uma pequena contribuição para futuro apoio a combatentes necessitados. Como já referimos anteriormente o Paulo Moreno, responsável pela produção do material, não tem qualquer lucro pessoal nesta iniciativa. Mais uma vez lhe agradecemos todo o suporte que nos tem dado neste projecto e a colaboração desinteressada que nos tem prestado ao longo destes últimos anos.

As encomendas do material deverão ser feitas directamente para o mail da Tabanca do Centro - tabanca.centro@gmail.com - com a indicação do tamanho e cor pretendidos.


Meios de entrega do material: 
  • Por levantamento e pagamento da compra no decorrer do almoço seguinte ou a sua entrega através de um amigo que ali esteja presente.
  • Por levantamento e pagamento directo do material na loja do Paulo Moreno no Centro Comercial D.Dinis, Loja 502, em Leiria.
  • Por envio via CTT para a morada do interessado, com pagamento para nº de conta a indicar, no valor do material encomendado acrescido de 3 € para portes de correio, eventualmente um pouco mais para encomendas maiores. Neste caso terão naturalmente que indicar a morada onde pretendem receber o material. O valor de 3€ dos portes é para o pagamento por transferência bancária. Será de 5 € se for um envio à cobrança.

                                                                                                                        Os editores

Nota: Têm sempre acesso a este poste carregando na imagem da coluna da direita onde é feita referência às T-Shirts da Tabanca do Centro.